quinta-feira, 30 de outubro de 2008

FILHOS DA CANA.


Sobe facão,
desce facão,
fica o toco,
cai cana.
Em cada rosto
suor e carvão
almagamados
na face
com essa tintura
empretecida,
resultante
da combinação
de sobrevivência
e força exercida,
nessas mãos calejadas
que sustentam a vida.
Essa vida exposta ao sol...
Essa vida que espera o pão...
Que espera o leite...
Que espera outra vida...
Que corta essa cana,
para extrair o açúcar
desta amarga
profissão sofrida,
porém dígna
livre de algemas
e presa ao facão
que sobe e desce
fica o toco
cai cana
em cada mão calosidades
do golpe a golpe
nesta matéria prima
que é mãe
com traços de "má-drasta".

Autor: Carlos Henrique R. de Oliveira./Reservado sobre direitos autorais.
Nota do Autor: Se eu escrevesse madrasta de forma correta eu estaria afirmando que todas são ruíns.Por isso escrevi de forma diferente(má-drasta)me referindo apenas àquela que são más.


4 comentários:

Blog da Sol (Suellene Giudice) disse...

Nós que conhecemos de perto a dura realidade dos trabalhadores rurais, sabemos que tudo isso que vc escreveu é a mais pura verdade. São as pessoas que mais devem ser valorizadas dentro de uma empresa.
Mais uma vez parabéns por seu talento e por ser o grande profissional que é. Já te disse uma vez e repito: vc é um exemplo de profissional pra mim.

Papo de poeta disse...

Muito inteligente sua forma de fazer poesia

Sayonara Salvioli disse...

Parabéns, Henrique!
Sua poesia retrata bem a opulenta região de Campos dos Goytacazes, sua história, seus latifúndios e canaviais!
Bernardo Guimarães - em outro tipo de tear,o do romance - enxergou o mesmo em A ESCRAVA ISAURA.
Boas inspirações nessa terra de usinas e trabalhadores!

Luiz Ribeiro Jr. disse...

Olá, Henrique!
Belíssima sua poesia!
Gostaria de sua autorização para publicá-la, com a citação da autoria, no blog dos egressos do curso de Segurança do Trabalho de Cefet Campos.
Parabéns!
Meu e-mail: ribeirogomes@cefetcampos.br
Abç!