sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O poder das palavras."Elas ferem, curam, mudam o rumo".


O poder das palavras.

Uma paciente contou-me que, quando estava grávida da primeira filha, leu, numa revista para pais, uma reportagem sobre defeito congênito da mão. Ficou tão impressionada que, daquele momento em diante, passou a pensar aflitamente se a filha iria nascer com defeito na mão. E dizia que não queria que a filha nascesse com algum defeito na mão. Aconteceu que a filha nasceu com sindactilia, um defeito no qual dois dedos ficam unidos pela pele. Incrível acaso!

A palavra é o código do pensamento. Tudo o que pensamos é traduzido em palavras. Em verdade, pensamos falando para nós mesmos em autoconversas ou diálogos internos. As palavras que usamos têm tanta significação para nossa mente que pessoas que emigram para outros países e passam a falar numa língua diferente da que aprenderam na infância continuam a fazer cálculos e a rezar na sua língua materna. Quando a palavra é proferida, o pensamento adquire mais força e tende a realizar-se em algum momento. Se além de proferida a palavra for escrita, mais provável se torna sua concretização. Por isso, quando as pessoas não querem que algo, que está no seu pensamento, produza efeito, que sabidamente será negativo, evitam expressá-lo por palavras. E quando o fazem, muitas pessoas dão três pancadas na madeira, acreditando que assim bloqueiam sua conseqüência.

Pensamentos positivos
Um entrevistado, que sofreu um tipo de leucemia, disse, baseado em sua experiência de sobrevivência a uma doença grave e freqüentemente fatal, que, para lidar com uma doença desse tipo, é preciso estar com a cabeça em ordem, que, se a pessoa não controla seu lado emocional, a parte física desaba, que o importante é colocar a estabilidade emocional sempre como prioridade em qualquer situação e que, durante todo o tempo, ele teve a idéia fixa de que iria melhorar e fazia tudo para ter pensamentos positivos.

Cuidado ao escolher as palavras.
Por isso, é preciso cuidado com as palavras utilizadas. A maneira como falamos reflete o que pensamos e condiciona nossas atitudes, nosso comportamento e o efeito em nosso físico. As palavras usadas, principalmente se repetidas freqüentemente, ficam gravadas no inconsciente e se tornam parte ativa da nossa condição. Quando doente, nunca se deve referir à doença como sendo propriedade sua. Observamos os pacientes dizerem a minha psoríase, o meu vitiligo, a minha alergia, etc. É preciso afastar a doença de si e referir-se a ela como algo que está ali, mas não faz parte do seu ser. E, quando usar um medicamento, pensar e declarar que aquele remédio está trazendo a saúde plena.

O não.
Fato importante: é preciso expressar sempre o que quer e nunca o que não quer. A palavra "não" não é processada pelo cérebro, porque só existe na linguagem, não existe na experiência. Pensar em não nada traz à mente, mas pensar em não ter a doença traz a representação mental da doença. O que não se quer é o problema, o que se quer é a solução. É preciso pensar na solução e expressá-la verbalmente, porque as palavras têm força criadora.

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