domingo, 28 de dezembro de 2008

POR TRAZ DA MÚSICA UM REGIME, UMA VOZ, UMA SAUDADE RITMADA.O POETA TE REVERENCIA, ELIS REGINA.

A música O Bêbado e o equilibrista, de Aldir Blanc e João Bosco, interpretada por Elis Regina, foi composta durante um dos períodos mais conturbados da história do Brasil: a ditadura.
Em 1972 , o governo militar organizou um show em homenagem ao Sesquicentenário da Independência. Por causa disto. A participação de Elis nesse evento acabou levando-a ao "cemitério dos mortos-vivos", famosa seção de quadrinhos que o cartunista Henfil mantinha no Pasquim. Para desancar as personalidades que de alguma forma aderiam ao regime, Henfil promovia o enterro delas no jornal. Outros mortos-vivos enterrados pelo cartunista foram Marília Pêra, Clarice Lispector, Carlos Drummomd de Andrade, Tarcísio Meira e Glória Menezes.
Cinco anos mais tarde, ela e o cartunista se tornaram grandes amigos. Convidada por Henfil, Elis aderiu à campanha pela anistia, principalmente pela volta de Betinho, irmão do amigo. A adesão dela foi representada pela canção O Bêbado e a Equilibrista,gravada em 1979. No trecho, “meu Brasil que sonha com a volta do irmão do Henfil/ com tanta gente que partiu Brasil” o apelo é explícito.A música contém uma mensagem de esperança e otimismo ao povo brasileiro, evidenciado na última estrofe. Essas duas características sempre fizeram parte do repertório de Elis Regina, desejando uma situação melhor para seu país.
O movimento pela anistia deu resultado, e em 1979, com a ditadura já enfraquecida, foi promulgada a Lei da Anistia. Seis anos mais tarde, em 1985, o regime militar chegava ao fim, era iniciada uma nova era na política brasileira. Mas Elis não chegou a presenciar esse momento, pois morreu no dia 19 de janeiro de 1982.

O Bêbado e a Equilibrista
Elis Regina

Composição: João Bosco e Aldir blanc


Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos...
A luaTal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
E nuvens!Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Prá noite do Brasil.Meu Brasil!...
Que sonha com a volta
Do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu
Num rabo de fogueteChora!
A nossa PátriaMãe gentil
Choram MariasE Clarisses
No solo do Brasil...
Mas sei, que uma dorAssim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança...
Dança na corda bambaDe sombrinha
E em cada passoDessa linha
Pode se machucar...Asas!
A esperança equilibrista
Sabe que o showDe todo artista
Tem que continuar...

sábado, 13 de dezembro de 2008

TUDO QUE EU PRECISO.

FAZ UM MILAGRE EM MIM. (Regis Danese)


Como zaqueu eu quero subir
o mais alto que eu puder
só pra te ver, olhar para ti
e chamar sua atenção para mim
eu preciso de ti, senhor
Eu preciso de ti, oh! pai
Sou pequeno demais
Me dá a tua paz
Largo tudo pra te seguir.

Entra na minha casa
Entra na minha vida
mexe com minha estrutura
sara todas as feridas
Me ensina a ter santidades
quero amar somente a ti
Porque o senhor é o meu bem maior
Faz um milagre em mim.

Nota : Toda época e momento é marcado por uma música.


NO MEIO DO CAMINHO.

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Autor : Carlos Drummond de Andrade.
Nota: Drummond é uma referência na minha vida poética. Tamanha é a minha adimiração pelos seus poemas.
Tudo começou numa cédula(1989, eu tinha 11 anos) que tinha um poema de sua autoria (Canção amiga) com letras mínusculas que me chamaram atenção. Em alguns dias decorei o poema. Não entendia, mas achava bonita suas palavras. A partir daí busquei por outros poemas de sua autoria e me encantei com este acima, e outros como poema de sete faces, aristocracia, ausência...todos. Hoje digo que Drummond foi a ignição na minha vida poética.Eu não sabia que gostava de poesia, e essa descoberta veio numa cédula suja, num dinheiro que é a causa de tantas atrocidades, violências e guerras mas com um poema de tamanha preciosidade. Daí vieram as inspirações...e a principal delas a minha mãe. Esta música(Faz um milagre em mim) é em homenagem a senhora por toda a alegria que me deu e por toda sua fé em Deus. É tudo que eu preciso. A minha inspiração pra sempre. Sempre te amarei. A minha alegria é lembrar dos nosso bons momentos.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A DOR DA PERDA.


POEMA TRISTE.


Caminhando vou sem pedaços de mim.
Me remeto a imagens a quem me gerou.
Meus olhos não assistem nada ao redor.
Seguindo cegos em dor.

De todo amor outrora recebido.
Agora perdido, me sinto só.
Mulher, minha mãe era só alegria.
Rima única p/ Maria.


Abraços e sorrisos em materno amor.
O tempo levou onde dita o destino.
A saudade inpregna no peito em dor.
Nesta metade que caminha em ferida.



Hoje eu sou somente passado.
da infância e outros momentos vividos.
Numa estória real de amor declarado.
Filho e mãe corações unidos.


O presente parece mentira.
Com esta chuva e lágrimas que caem.
O fato que fujo é um tormento.
É preferível olhar pra trás.
-
Do pranto nasce os versos em folha.
Na força da poesia.
E quando a noite em cama deito.
É insone minha vida.


A falta que agora me faz.
É a dor alojada neste único filho.
Da senhora meu exemplo que jaz.
O poeta te reverência.


Lembrarei da sua voz.
E da frase por ti dita.
Sem eu saber que era a última.
Você disse:"cuide bem da sua filha".


Autor: Carlos Henrique R. de Oliveira. Encaminhado a biblioteca Nacional e registrado em direitos autorais

Nota :Eu e minha mãe éramos verdadeiros amigos.Eu nunca dei trabalho algum a minha mãe e nem decepções eu só lhe dava alegria e orgulho, porque era isso que ela merecia.Minha mãe foi pai, mãe e amiga, nosso relacionamento era elogiados por todos. Mas como pra sempre sempre acaba, minha mãe partiu aos 59 anos no dia 25 de novembro.Ela era bonitona, cheirosa, vaidosa e alegre demais, mas tinha um coração enfermo...e parou.Nunca esquecerei minha mãe(sou filho único). Voltarei a ser feliz mas sempre existirá sua lembrança e dificilmente serei a mesma pessoa.O engraçado que de manhã eu olhei p/ela(ela estava normal) e dei um abraço bem apertado nela e falei:"pra passar corrente positiva"e ela riu e me disse a última frase.Eu já andava triste a semanas, sonhei com ela(13 de nov) e quando lhe contei ela me disse uma sacanagem, rs...e falou que eu a estava agorando.Quando foi no dia 15 perdi meu tio e dias depois ela. Estou triste demais pela perda, mas orgulhoso por termos sidos amigos e saber que nunca fiz rebeldia que agravasse seu problema de hipertensão.Mãe descanse em paz, eu sempre te amarei.Como vc disse cuidarei da minha filha(Maria Clara, 1 ano e 11 meses) e minha esposa que vc tinha como filha. Adeus e só terei lembranças boas e alegres.